O café:
O café que apresentamos esse mês é da variedade Caparaó Amarelo, método de processamento cereja descascado, safra 2023/2024 do produtor Ednaldo Batista Alves. Possui notas sensoriais caramelo, chocolate amargo, baunilha, especiarias, floral, acidez cítrica, corpo cremoso e finalização curta. Pontuação final com base em laudo emitido por um licensed Q-Grader - 85 pontos.
Sítio: Boa Vista (Família Protásio)
Município: Dores do Rio Preto - ES
Altitude média: 1200 metros
O produtor:
Ednaldo Alves Batista nasceu em Carangola, Minas Gerais, em 1990 e, desde cedo, tinha o sonho de ser jogador de futebol. Ainda muito jovem, começou a se destacar nos campeonatos de sua cidade natal e, aos 12 anos de idade, após chamar a atenção de olheiros, foi morar sozinho em Xerém, no município de Duque de Caxias, Rio de Janeiro, para treinar no time do Fluminense. Chegou a jogar futebol ao lado de craques da seleção brasileira, mas resolver abandonar o sonho para iniciar outro: plantar café. Se mudou para Dores do Rio Preto, Espírito Santo, no Caparaó, onde conheceu Joelma Protásio de Abreu, a mulher com quem hoje é casado e cuja família já estava envolvida na produção de café. Ednaldo e Joelma têm uma filha, Heloísa. Ednaldo começou a plantar café em 2010 junto com a família de sua esposa e em 2015 decidiu focar na produção de cafés especiais. A produção é familiar e foi iniciada pelo seu sogro, Manoel Protásio de Abreu e envolve todos da família: os homens se envolvem na colheita enquanto as mulheres se dedicam à secagem dos grãos.
A região:
A região do Caparaó é sinônimo de cafés especiais, mas um breve olhar para o passado revela que nem sempre foi assim. Relevo, solo, altitude e clima, que ajudam a compor o celebrado terroir do Caparaó, outrora foram considerados impeditivos para a produção de qualidade. Foi preciso se reinventar. Por meio de instituições parceiras, foram realizados estudos e pesquisas, investimentos em técnicas de colheita e pós-colheita e engajamento para transformar a região do Caparaó - antes considerada como origem de produtos inferiores - na nova fronteira de cafés especiais do Brasil. Ou seja, os fatores humanos e culturais fizeram a diferença. Foi preciso acreditar que a vocação da região era a qualidade e a união em busca de melhorias para que depois da tempestade - como dizem os sábios - viesse a bonança. Com lavouras cultivadas nas encostas das montanhas e sob influência da Mata Atlântica, as famílias cafeicultoras reúnem, atualmente, um importante conhecimento acumulado que, aliado às condições geoclimáticas existentes, permitem produzir cafés naturalmente doces e sensorialmente diversos. Os cafés do Caparaó possuem alta qualidade, diversidade sensorial, procedência garantida, são premiados ano após ano, possuem base familiar, um ecossistema de valor, senso de coletividade, ambiência inovadora, ecossistema de valor, respeito ao meio ambiente, orgulho de sua origem, cuidado e dedicação. A região abrange 16 municípios que abraçam o Parque Nacional do Caparaó - no Espírito Santo e em Minas Gerais.
https://tracking.caparao.org.br/b0045/